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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

'não sejas nem muito esperto, nem muito burro!'

Durante estes dois anos em que já dura esta nossa luta, muito se tem passado, muito se tem perdido, muito se tem desrespeitado, muito se tem destruído, em especial no que toca à dignidade que merece quem trabalha e luta pelos seus direitos.

Muito do desrespeito que recaiu sobre perto de mil trabalhadores foi fruto da sua própria demissão de lutar pelo que lhe era devido. Muita da pulhice de quem destruiu perto de mil postos de trabalho, ficou a dever-se à demissão duma grande maioria de trabalhadores que se rendeu a mentiras, a trafulhices, a uma desonestidade que tratava gente como se cadeiras e móveis fosse, ou pior!

A luta começou logo a 23 de Dezembro 2012, duma forma suave e, sobretudo, anónima. Já pairavam no ar as ameaças sobre quase todos, ameaças sobretudo de transferências de locais de trabalho, para distâncias incomportáveis, quer a nível de custos, quer a nível de desgaste psicológico, algumas delas concretizadas em 2013. A outra ameaça ainda mais insidiosa era a do despedimento. Ninguém ousava reclamar abertamente, com medo de perder o posto de trabalho, e desse medo se foi alimentando a perfídia duma administração que exigia o mesmo rigor do cumprimento profissional a quem começavam a faltar salários sobre salários e demais retribuições. 

Pelo caminho levava-se com gente menor, gente de fraco carácter que, mesmo numa posição pouco mais que de subserviência para quem tudo destruía, ainda se dava ao desplante de, na maior falta de vergonha e/ou honestidade, agredir verbalmente os elementos da(s) sua(s) equipa(s) com tiradas do género: "a culpa não é da empresa, não há dinheiro que querem que se faça!?"(fazendo por esquecer que, quando havia e muito, o mesmo foi desviado para tudo menos para favorecer quem o produzia!), ou "a culpa é vossa se não sabem gerir o orçamento familiar para contarem com uma almofada", entre outras barbaridades proferidas por quem era pago e muito bem pago, muito além do que produzia, porque o pagamento era mais pelos 'bons serviços prestados' que nada tinham a ver com a actividade normal da empresa.

Durante algum tempo poucos ousavam protestar face ao caminho que se prosseguia, à revelia dos graves prejuízos provocados a dezenas de famílias, pelo que durante os primeiros meses de 2013 a forma de luta usada era, naturalmente, anónima. Situação que se foi alterando na medida em que a situação se agrava e chegados a meados do ano já alguns se recusavam a permanecer calados pagando, mais tarde, com o inevitável despedimento.

Perfeitamente natural, este percurso. Não que fosse natural que quem é pisado não se revolte, mas é tão natural neste nosso povo de brandos costumes e do "ai aguenta, aguenta"...a grande maioria aguentou até ser chutada porta fora a 30 Setembro 2014! 

Agora o que não é natural é que passados DOIS ANOS de mentiras jogadas sobre quem trabalhava e não recebia!, passado o mês de Agosto 2014 em que uma maioria dos que restavam foram positivamente 'expulsos' sem apelo nem agravo!, passado o 30 Setembro 2014 em que a responsável máxima de toda esta situação - Catarina Remígio - manda os seus lacaios sabujos encerrar as portas, sem que fosse dada uma satisfação minimamente digna a todos os que engoliram todas as mentiras e trapaças até essa data...O QUE NÃO É NATURAL É QUE DEPOIS DISTO TUDO VENHA, AGORA, ALGUÉM EM NOME DUMA APREGOADA DEFESA DOS INTERESSES DOS CREDORES/EX-TRABALHADORES 'OFERECER' INFORMAÇÕES...DUMA FORMA ANÓNIMA! E AINDA POR CIMA...A MIM!?

Este anonimato pretende defender o quê? Ou defender quem de quê? Medo que eu fosse a correr contar à 'dona catarina'??? Eu? Depois do que tenho feito nestes dois anos? Claro que ninguém engole esta! Desde 23 Dezembro 2012 muitas informações me foram dadas sem que, fosse de que forma fosse, alguém soubesse quem as dava. E muitas foram dadas sem sequer serem publicadas, já que ao fazê-lo não havia forma de defender quem dava as informações. É que o prejuízo provocado por chibos fazia-se ao contrário, eram os sabujos a levar às chefias, mesmo se isso provocava prejuízo nos colegas. E depois, se não me acham digna da confiança de se identificarem porque vou eu tomar como credíveis essas mesmas informações, agora dadas? Ou haverá outras razões para estas acções, como as houve para outras e achavam que eu as 'engolia'!? 

Há um velho ditado que se costumava dizer a quem ia para a tropa: 'não sejas nem muito esperto, nem muito burro!'...e eu gosto dele! Não me tomem é por mais burra do que sou, ok!? 

Ah e já agora...de tudo o que me for passado de forma anónima não fica dada, pela minha parte, qualquer garantia de sigilo.